Era uma vez um reizinho.
Vivia no sul, num país quente,
onde o sol tinha a cor do fogo e os animais viviam livres.
Um dia, o país dele entrou em guerra
e o reizinho teve que vir embora,
para um sítio onde pudesse viver em paz e ser mais feliz
Quis o destino,
que reserva encontros especiais para pessoas especiais,
que o nosso pequeno rei conhecesse uma pequena rainha
de caracóis negros, olhos grandes e mãos de fada
e que por ela se apaixonasse.
Perdidamente.
E para sempre.
de caracóis negros, olhos grandes e mãos de fada,
retribuía o amor intenso,
com a serenidade de quem sabe
que o primeiro amor é como nenhum outro,
eterno e incondicional.
Eles foram os melhores amigos
e depois foram namorados
e depois cresceram
e casaram
e passaram a governar o seu próprio reino.
O ar tinha o aroma das peónias e dos ranúnculos
que floresciam em qualquer altura do ano,
e as paredes das casas eram brancas
e as portas e as janelas eram de madeira
pintada em tons pastel.
Umas eram verde-água,
outras eram rosa esbatido
e algumas ainda tinham a cor natural da madeira,
porque era a rainha, com as suas mãos-de-fada,
que pintava ela própria as portas das casas.
Mas como ainda não tinha tido tempo de pintá-las todas
e não gostava de ver ninguém triste,
pendurava uns ponpons na maçaneta das portas por pintar
com uma mensagem que dizia:
”soon to be painted with love.”
Num belo dia de Setembro,
ainda o sol brilhava com força
e o calor enchia a praia daquele pequeno reino à beira-mar,
a Rainha deu à luz uma linda princesa,
que desde cedo fez saber a todos quantos ali viviam
que era especial,
não só porque tinha uns enormes olhos azul-pastel,
que pareciam ter sido pintados pela mão da sua mãe,
mas também porque esses mesmos olhos
transmitiam uma clarividência que não era comum
para uma criança daquela idade.
Diziam as bruxas boas do Reino
que a menina Princesa tinha um futuro brilhante e promissor,
e que o destino lhe reservava encontros muito especiais,
normalmente reservados a pessoas igualmente especiais.
O Rei,
e o calor enchia a praia daquele pequeno reino à beira-mar,
a Rainha deu à luz uma linda princesa,
que desde cedo fez saber a todos quantos ali viviam
que era especial,
não só porque tinha uns enormes olhos azul-pastel,
que pareciam ter sido pintados pela mão da sua mãe,
mas também porque esses mesmos olhos
transmitiam uma clarividência que não era comum
para uma criança daquela idade.
Diziam as bruxas boas do Reino
que a menina Princesa tinha um futuro brilhante e promissor,
e que o destino lhe reservava encontros muito especiais,
normalmente reservados a pessoas igualmente especiais.
que era adorado por todos os habitantes do reino,
tinha-se tornado um Homem vivaço,
de riso fácil e sempre pronto a resolver os problemas de todos.
Apaixonado pela sua Princesa e pela sua Rainha,
enternecia-o a candura da mais pequena
e encantava-o o espírito criativo da sua Mulher
e a velocidade com que ela pensava em novos projetos,
desde escolas para os mais pequeninos,
espaços verdes para os animais
e até pastelarias muito bem decoradas
para que as suas aias pudessem tomar chá de mirtilo e maçã
enquanto punham a conversa em dia.
E, de vez enquando,
era o próprio Rei que ía dar uma mãozinha aos projectos da Rainha,
fazendo com que peças antigas recuperassem o encanto de outros tempos
e com que as paredes do Palácio ganhassem cor,
para que depois se pudesse escrever nelas
o que nos vai no coração.
Havia, contudo, um outro Reino,
muito longínquo,
que estava a precisar de um Rei assim como aquele.
Digamos que era um Reino muito grande,
que precisava de um líder que fosse sensato e trabalhador,
mas que fosse também alegre e divertido.
Que soubesse pintar paredes e organizar as despesas,
que se ajeitasse bem a fazer compras online
e que gerasse consenso e bem-estar à sua volta,
como este Rei sempre fizera.
Era um Reino maior.
Era um Reino superior,
como uma nave principal que comanda todas as outras.
E por muito que ele quisesse recusar
- porque a ambição nunca lhe turvou o querer -
a verdade é que os Reis não podem recusar este tipo de destacamentos.
Um Rei que nasce para ser Rei,
sabe que pode sempre ser necessário noutro sítio.
E assim foi.
O Rei partiu para o outro Reino longínquo
e de lá tem acompanhado com atenção
tudo o que se passa no seu pequeno Reino à beira-mar,
que continua a cheirar a peónias e a ranúnculos
e onde os projetos continuam a nascer diariamente,
como o sol que ilumina o Palácio,
onde a Princesa cresce,
cada vez mais bonita,
cada vez mais curiosa,
cada vez mais clarividente.
A Rainha entretanto já aprendeu a pintar paredes,
a organizar as despesas,
a tratar dos assuntos relacionados com a internet do Reino,
e a resolver os problemas mecânicos das carruagens.
Sempre que alguma coisa ultrapassa os seus poderes,
ela delega nos maridos das aias,
que lá vão pregando uns pregos
e arranjando os autoclismos das casas de banho do Palácio,
porque os autoclismos das casas de banho dos Palácios reais
também se avariam, como nas casas normais.
Chegou Setembro,
e toda a Corte quis celebrar o aniversário da Princesa
nos jardins do Palácio.
Sob o comando sereno e firme da Rainha,
tudo se organizou
para que a festa fosse a mais bonita
que alguma vez aqueles jardins tinham visto.
O sorriso da Rainha ainda não recuperou a espontaneidade de antigamente.
A gargalhada ainda não é solta
e às vezes os grandes olhos negros
perdem-se algures pelos jardins de um reino longínquo.
Um dia, ao chegar ao Palácio,
depois de mais um dia de trabalho,
encontrou um ponpom pendurado na maçaneta da porta,
com a seguinte mensagem:
toda a decoração, complementos de papelaria e outros elementos decorativos
da festa publicada neste post
são da marca jannetbyjannet®
Isto é beleza pura, emoção concentrada, pérolas de amor, cristais de ternura, essência de vida. É preciso muita generosidade para escrever assim. Parabéns sis. Força J.
ReplyDeleteÉ um post muito bonito e revelador de grande sensibilidade.
ReplyDeleteRevejo nele uma pessoa muito chegada. O seu Reino também ficou sem o Rei que era um homem muito especial. Os olhos seriam azuis como o céu, se estivessem bons. Mesmo sem ver, via mais que todos os outros e fazia tudo o que desejava fazer. Para ele, os obstáculos não existiam.
Também foi para outro Reino maior no dia em que celebrava o nascimento da sua Princesa mais nova. Foi um dia lindo que terminou com a sua partida. Agora, todos ajudam este Reino e a sua Rainha da melhor forma que podem, um dia de cada vez.
Muito obrigada pelo seu comentário.
ReplyDeleteEmociona-me reconhecer nas pessoas essa força que lhes permite contornar adversidades que para a maioria de nós parecem incontornáveis.
Um beijinho para todas as Raínhas sem Rei e para todos os Reis sem Raínhas.
Está soberbamente belo...tocante!
ReplyDeletePARABÉNS!